Blog de Patrícia

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domingo, 26 de dezembro de 2010

Breves Partes Da Vida De Um Psicopata

Anita Montes... Esta seria a minha próxima vítima...

Eu já havia planejado tudo. Eu esperaria que ela saísse da faculdade às 19:53, a seduziria até ela aceitar que eu a leve até um galpão abandonado, a estupraria, mataria-a com uma facada no coração e depois a queimaria... Ou talvez a queimasse viva... Seria divertido ouvir seus gritos e ver seu corpo debatendo-se de dor...

A única coisa que importava era não deixar rastros. Um bom assassino não comete erros... Um bom psicopata mata sem pistas... Por isso, monitoro cada vítima minha. Esta, como as outras, mora sozinha e caminha sempre sozinha. O crime deve ser feito sempre em lugares afastados da civilização... Não só para ser discreto, mas para aproveitar melhor sem correr riscos de interrupção. E os corpos são sempre queimados ou enterrados metros abaixo da terra e quaisquer vestígios devem ser destruídos ou jogados fora. Tudo muito bem calculado.

Eu já tinha matado e estuprado várias mulheres e não me arrependia de nada. Porque se arrepender se tudo o que tinha já perdi? Porque se arrepender se me era tão prazeroso?

Desde que meu pai assassinou minha mãe a facadas na minha frente, eu tenho prazer em ver dor... Lembro daqueles policiais idiotas me levando até um psicólogo medíocre... Patético! Como se eles fossem me fazer esquecer dos gritos, seu choro, de seu corpo debatendo-se em tentativas inúteis de fuga...

Menti para todos os psicólogos e terapeutas que me perguntavam como eu estava me sentindo e me analisavam. Era tão fácil mentir... As mentiras viraram parte de minha rotina... Parte de quem sou.

Depois das mentiras, comecei a morar em um prédio abandonado e a matar. Minha primeira vítima foi por legítima defesa. Um ladrãozinho queria roubar minhas roupas e eu o matei enfiando uma garrafa de vidro quebrada em sua cabeça. Este foi um momento solene... Descobri minha vocação... Nasci para ser um matador e fazia bem meu trabalho.

De vez em quando, eu até matava por dinheiro... Alguns bandidos me davam alguns reais e eu executava o serviço com precisão, mas descobri que não era um mero serviço. Matar vagabundos e vagabundas era o meu dom.

Comecei a matar gente inocente, pois me lembrei do rosto de minha mãe... Um rosto que transbordava inocência. Parecia que se eu matasse pessoas inocentes, eu me aproximava mais dela, me apegava mais a recordações que eu tinha dela.

Eu estuprava mulheres, porque queria que elas fossem sujas iguais a mim. Queria compartilhar minha desgraça...

Eu era um rapaz alto, com cabelos pretos e ondulados e olhos verdes... Poderia conquistar a mulher que eu quisesse... Bastava jogar um charme e elas caiam aos meus pés como um bando de vagabundas domesticadas... Pobrezinhas...

Outra coisa que eu sempre fazia, era matar minhas vítimas e depois pedir desculpas... Considero-me um tolo por isso, mas é um costume. Meu pai pediu desculpas a minha mãe depois que a matou... Acho que aprendi isso com ele e que me desculpo com minha mãe por não ter-la salvado e matar tanta gente... Acho que ela não ficaria feliz com isso...

Bom, eu, um homem de vinte e sete anos, não irei me preocupar com o que minha mãe morta acha, pois simplesmente não importa... Eu a ignoraria e toda vez que ela ficasse triste eu pediria desculpas... Que péssimo filho eu seria! Eu não presto... Sou mesmo um desgraçado sem alma... Fazer o que, não é? Matar era meu vicio.

Como já estava tudo arquitetado, eu parti para a faculdade.

Eram 19:53 e ela já estava caminhando em direção ao seu carro, quando eu aproximei-me dela.

- O que uma moça tão formosa faz sozinha? – perguntei, sorrindo sedutora e educadamente. Um assassino precisa cativar sua vitima.

- Estou indo para casa – disse ela, derretendo-se.

- Poderíamos ir a algum lugar melhor... Um lugar mais íntimo... – disse eu, aproximando-me da vitima.

- É claro... – disse ela, totalmente derretida... Tola!

- Ótimo, porque não me deixa dirigir?

- Ok – murmurou ela, entregando-me as chaves do carro.

Aprendi a dirigir com um maconheiro “filho de papai” que me pediu para matar uma prostituta que havia engravidado dele... Duas vidas de uma só vez... Cobrei aulas de direção e vinte mil reais... Tinha que aproveitar de sua ignorância...

Com o dinheiro comprei duas facas novas, alguns isqueiros e dois canivetes... Nunca usei um revólver... Ele não deixa emoções a apreciar.

Passamos a viagem sorrindo e se tocando... Não conversamos muito... Eu adorava dar um ar misterioso as minhas vitimas...

- Você é linda... – sussurrei, trazendo-a para perto de mim – E cheirosa...

- Você também é lindo... E muito educado.

- Obrigado... Você parece ser apetitosa...

Ela corou e riu um pouco... Mais inocência a queimar... Maravilha!

Beijei o topo da cabeça dela e fiquei cheirando seu cabelo até chegarmos no galpão.

- Que lugar é esse? – perguntou ela, cheia de inocência, mas confusa – Pensei que iríamos a algum lugar mais romântico...

- Pensou errado, bonequinha...

- Como assim?

- Para mim, este é o lugar ideal para o que vamos fazer...

- E o que vamos fazer? – perguntou ela, ansiosa.

- Vamos jogar um joguinho... Você vai gostar... – disse eu, abrindo o portão do galpão.

- Que joguinho?

- Que tal esconde-esconde?

- Perfeito... Vou me esconder, comece a contar, pois sempre fui muito boa nesse joga quando era pequena... – disse ela, correndo para dentro do galpão.

Ri comigo mesmo... Que garotinha boba... Eu poderia até ficar com pena... Se tivesse um coração...

- Quando eu te encontrar, você precisará fazer o que eu quiser – gritei para ela.

- Ok – gritou ela.

Contei até trinta e fui a sua procura.

Achei-a observando minhas facas... Ela parecia admirada com a de prata... Decidi naquele momento, que eu não a queimaria viva, eu a cortaria em pedacinhos com aquela faca e beberia seu sangue... Meu pai lambeu e me fez lamber também a faca quando matou minha mãe... Ele dizia: “...Lamba, é bom... Se não fizer eu cortarei sua língua, fedelho...”

Achei o gosto estranho mais gostoso...

- Linda, não é?

- Porque você mantém isso aqui? – perguntou ela, com curiosidade.

- Eu sempre gostei de facas... São tão úteis...

- Hum... – disse ela, tentando ignorar a repulsa.

Ri e ela olhou-me assustada por alguns segundos, mas depois sorriu de leve.

- Bom, eu achei você... Então, você precisa fazer o que eu mandar, certo?

- Foi o combinado – disse ela, com excitação.

- Vamos começar...

Disse eu caminhando em sua direção e a tomando em meus braços.

Essa era uma das que eu não precisava obrigar... Ela não resistiu a nenhum dos meus toques... Tola! Mal sabia ela que estava sendo condenada com a minha impureza...

Gostei muito de seus toques... Nunca senti nada igual... O desejo por ela me queimava... Era como se ela completasse algo em mim... Como se ela devesse ser minha parceira em todos os sentidos... Estranho...

- Nunca me diverti tanto... Foi a melhor noite da minha vida... – disse ela, sobre meu peito.

- A minha também... – concordei.

Olhei para o relógio na parede e vi que já era 02:30... Era a hora perfeita para um assassinato...

Olhei para a garota que estava quase dormindo em meus braços e pensei, “Porque não transforma-la na minha companheira?”. Com algumas aulas minhas teóricas e praticas, ela poderia tornar-se uma assassina de sucesso e, pela maneira que olhou para a faca de prata, ela poderia ser uma psicopata como eu... Perfeito...

Se ela recusasse, eu a mataria, pois eu não poderia colocar minha liberdade em risco, por causa de uma garota tola que não tem força o suficiente para resistir a tentação... Ela poderia fugir e contar meu segredo para alguém...

Balancei-a com delicadeza e disse:

- Você gostaria de se juntar a mim, minha jovem?

- É claro... Faria qualquer coisa por você – disse ela, apaixonada... Demoraria um pouco para eu destruir aquela inocência toda...

- Você mataria por mim? – perguntei, ansioso.

- Como assim? – perguntou ela, confusa com a minha pergunta.

- Bom, Anita, você não sabe praticamente nada sobre mim... Nem mesmo meu nome...

- E qual é?

- Meu nome é Ricardo.

- E quais são as coisas que eu não sei sobre você?

- Eu não sou o cara que pensa que eu sou... Digamos que eu sou um “monstro”...

- Monstro? Você nunca será um monstro...

- Sou sim, Anita.

- Espere um instante... Eu não disse meu nome...

- Eu sei quem você é, porque já ouvi umas amigas suas te chamarem na faculdade – menti.

Quando a vi pela primeira vez, eu sabia que ela seria mais uma das minhas vitimas, então, entrei na faculdade à noite e peguei sua ficha. Tudo arquitetado com muita cautela...

- Hum...

- Bom, pode me deixar terminar? – perguntei com calma e ela assentiu – Eu sou um monstro, porque mato pessoas... Eu sou forçado a isso... Virou um vicio...

- Ah, meu amor. Eu posso ajudar você... – começou ela, horrorizada e pesarosa.

- Eu não quero ajuda, estou bem como estou.

- Mas porque...

- Eu não preciso de ajuda, Anita. Escute, quando te vi pela primeira vez, perecia que tinha encontrado a minha cura... Senti como se você fosse a única que pudesse me consolar... E eu te trouxe aqui para te conquistar e pedir para que você venha comigo e se torne a minha parceira em todos os sentidos... – menti.

- Amor, isto é lindo! – disse ela, emocionada.

- Mas quando parceira em todos os sentidos, eu me refiro também à parte das mortes... Imagine só, minha Anita... Nós dois, reinando juntos... Matando os idiotas que se colocarem no nosso caminho...

- Isso é tão... – disse ela, assustada.

- Não há com o que se preocupar, minha Anita. Eu poderia ensina-la a fazer, a planejar... Tudo! Você pode tornar-se uma assassina melhor do que eu! Fique comigo e não vai se arrepender – disse eu, sedutoramente.

- Eu...

- Por favor, amor... – ronronei em seu ouvido.

- Eu aceito... – disse ela, derretida.

- Perfeito! – disse eu, beijando-a.

Passamos a noite nos beijando e, como antes, ela não resistiu a nenhum de meus toques.

Eu aproveitaria de sua inocência e alma, me saciaria com ela, a ensinaria tudo a ela, seria seu protetor... Esta seria a minha única exceção... Por enquanto, é claro, pois quando não fosse mais útil, eu a descartaria como todas as outras.

Uma nova era estaria por vir... E muito mais vitimas...


Final alternativo...

- Desculpe, eu não posso... – disse ela, tremendo.

- Essa é a sua escolha? – perguntei pela última vez.

- Sim – disse ela, começando a chorar.

- Que o pega-pega comece... – murmurei, levantando-me do chão e pegando minha faca de prata.

- Como assim, Ricardo?

- Assim – disse eu, enfiando a faca na perna dela.

- Não! Por favor... – gritava Anita, soluçando de pavor.

À medida que eu matava aquela garota, eu me sentia mais vivo, mais liberto, mais tudo. Era como se eu estivesse me libertando... Libertando uma fúria incontrolável que morava dentro de mim e tudo girasse em torno daquilo... Eu entrava em um frenesi...

Vendo o sangue jorrar, meu ser se enchia de vida, energia. Ouvindo seus gritos e soluços, meus ouvidos se enchiam de uma melodia dolorosa para ela e prazerosa para mim. Minhas mãos trabalhavam com tal facilidade que era como se tivessem feitas para aquilo... Eu combinava com aquilo... Matar e trazer dor eram o meu maior prazer! Eu me realizava com aquilo!

- Por favor... – murmurou Anita.

- Eu te dei a chance... Mas você foi ingrata o bastante para recusar... Então, morra, vadiazinha! Não preciso de você... – disse eu, cortando seu rosto.

- Por favor! – gritou ela.

Seu grito me excitava... Só me dava mais vontade de matar...

- Vá para o inferno, sua vaca desgraçada! – sibilei, cortando sua garganta.

Rindo de prazer com a cena, eu matei Anita... Outra morte pela qual não me arrependo...

Cortei seus membros em pequenos pedaços e, como já havia pensado antes, bebi todo o sangue espalhado... Era um gosto bom até... Deixava-me com mais energia... Deixava o crime mais excitante...

Depois de beber o sangue, fiz uma fogueira em um matagal perto do galpão e queimei os pedaços da garota... O cheiro que vinha era ruim, mas o seu significado era ótimo... Mais outra conquista... Mais uma vida inocente executada pelas minhas mãos... Que gratificante!

Anita já era... Estava na hora de mudar os ares... Mudar o estilo... Caçar uma nova vitima...

Caçando e matando... É assim que passarei o resto de minha vida...

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