Blog de Patrícia

Blog de Patrícia
Aqui, você lerá todas as minhas histórias

domingo, 26 de dezembro de 2010

A Fada E O Humano

Certa vez, eu ouvi falarem de um casal um tanto estranho... Um casal formado por uma fada e um humano... A história é assim...

Marina estava voando pela floresta, sozinha e entediada. Até que ouviu um enorme estouro vindo de uma estrada próxima.

Ela voou até a estrada e vê um carro deformado com uma árvore encima e um rapaz dentro que, aos seus olhos, parecia um anjo, só que com um corte na cabeça. O rapaz tinha cabelo preto e cacheado, parecia ser alto e forte e seus olhos entreabertos revelavam um azul claro do tom das águas de um rio limpo. Lindíssimo... – pensou ela.

Olhando a cena, percebeu que o carro logo explodiria, então tirou o rapaz de dentro do carro e voou com ele para uma clareira.

- Você é um anjo? – perguntou o rapaz.

- Não, sou uma fada – disse Marina, rindo.

- Minha fada... Eu sou Leandro... E você?

- Marina.

- Lindo nome...

- Não fale nada, Leandro. Precisa descansar.

- Não preciso descansar... Não com você aqui...

- E este corte? Está doendo muito?

- Um pouco...

- E o resto do corpo?

- Um pouquinho dolorido...

- Já vou cura-lo.

Dizendo isso, Marina deixou Leandro na grama e correu em busca de flores e ervas.

Achando o que precisava, Marina beijou e acariciou a planta onde havia posto o xarope que conseguiu fazer e correu de volta para Leandro.

Aproximando-se de Leandro, Marina derrabou o xarope no corte e ele logo sumiu.

- Você é mesmo uma fada... A minha fada... Pensei que estivesse delirando... – disse Leandro, como se para convencer-se de sua nova realidade.

- Eu disse que era... Então, Leandro, como foi que bateu?

- Eu não sei... Eu estava dirigindo até a casa de meus avós, levando alguns tecidos, e eu já estava fazendo isso à muito tempo... Estava um pouco sonolento...

- E porque não parou em algum lugar para descansar? – repreendeu Marina.

- Eu não queria demorar... Mas, posso repensar... – disse Leandro aproximando-se de Marina.

Marina ficou sem ação ou vê-lo se aproximando, mas seu corpo todo se excitou com isso.

Leandro encostou de leve seus lábios nos de Marina. O que era para ser um selinho, tornou-se um intenso beijo... Apaixonando-se cada vez mais o recém-casal continuou aprofundando o ato pelo resto do dia.

Depois daquele dia, os dois estavam completamente apaixonados... Um completava o outro... O amor que eles sentiam um pelo outro era intenso o suficiente, para eles continuarem a se encontrar...

Entre risos, beijos e carícias Leandro e Marina amavam-se todos os dias... Encantando-se um com o outro... Possuídos pela magia da paixão... Amando-se e transbordando ternura... Vivendo os minutos como se fossem os últimos, pois sabiam que um dia aquele momento não seria vivido novamente... O sonho acabaria.

Eles já haviam percebido que, como Marina era uma fada, uma imortal, e Leandro era um humano, um mortal, tudo chegaria ao fim...

Eles sabiam que um dia a morte os separaria e toda a magia sumiria... Mas, mesmo assim, não conseguiam resistir a paixão.

Os dias passavam e o amor aumentava... Pior seria para a pobre imortal... Ela viveria em um eterno sofrimento... Seu mundo perderia o sentido e a cor... Seu inferno se tornaria real.

Mas nada importava, desde que os dois permanecessem juntos... A fada e o Humano.

Momento da reviravolta

Aqui, deitada em uma maca de maternidade, lembro-me do dia em que tudo se resolveu...

****

Eu estava deitada em minha cama, chorando pelo fato de meu casamento ser um pesadelo, enquanto, meu marido sussurrava com a amante no banheiro...

Depois que Roberto começou a sair mais, nossas brigas, seus telefonemas às escondidas, suas chegadas cada vez mais tardes, sua bebedeira... Tudo se tornou constante. Nossas vidas já não eram mais ligadas... Às vezes, agíamos como estranhos... Os beijinhos de antes e depois do trabalho já não existiam e nossos corpos e almas já não se tocavam...

No inicio, éramos um casal unido e feliz. Nós nos amávamos todos os dias... Nunca nos saciávamos... Conversávamos sobre tudo... Nossos sonhos, nossos pensamentos, nossas alegrias, nossas tristezas e, até mesmo, de nossos futuros filhos... Filhos... Isso era o que eu mais desejava... Ser mãe...

Ele me prometeu muitos filhos... Pena que essa promessa foi se perdendo... Talvez, os risos e a inocência de uma criança salvasse nossa relação...

Eu o amava tanto! Porque ele foi tão terrível comigo? Porque me agredia verbalmente a ponto de fazer-me passar a noite chorando com a cara em um travesseiro?

- Eu não agüento mais... Não posso continuar desse jeito... Não consigo... – murmurei, soluçando.

Roberto desligou o telefone e virou-se para olhar para mim com uma expressão surpresa.

- Como assim? – perguntou ele.

- Eu não quero mais ficar assim... Não dá mais para nós... Eu te amo... Mas vejo que você não sente o mesmo e não insistirei... Você ama outra e eu deixarei o caminho livre para vocês...

- Do que está falando? Eu não tenho outra...

- Roberto, não minta para mim. Eu sei de tudo e não quero mais ser feita de idiota... Eu quero o divórcio!

- Eu...

- Só diga que quer também, que nós acabamos logo com isso, certo?

- Mas eu não quero! Eu pensei que queria, mas estava errado! Eu estava ligando para dizer a Ela que eu não a queria mais e que você é a mulher da minha vida! – disse ele, com sinceridade.

- Roberto, eu...

- Escute primeiro! Eu estava indeciso, pensei que talvez você não me quisesse... Afinal, eu nunca fui bom o suficiente... – disse ele, envergonhado.

- É claro que era! Porque estragou tudo? Não conversávamos tanto? Porque não se abriu? Você me traiu! Roberto...

- Eu nunca trai você! Eu saía com Ela, mas nunca passava de um selinho ou longas conversas... Nós falávamos sobre você, nossos sonhos... Eu ficava bebendo em alguns bares ou ficava no escritório... E eu não te falei nada, pois fiquei com vergonha... Por favor, perdoe-me! Não deixe minha idiotice acabar com o nosso amor, pelo menos com o que resta dele! – disse ele, desesperado.

- Porque, Roberto? Porque achou que não era bom o suficiente?

- Você sempre foi melhor do que eu... Eu nunca mereci você...

- Melhor em que, Roberto? Você sempre foi perfeito para mim! Sempre te quis!

- Melhor em esconder seus desejos...

- Meus desejos?

- Sim... Eu pensei que você estivesse interessada em Diego...

- Roberto, você sempre foi o único! Eu nunca quis mais ninguém além de você!

- Jura?

- Sim... Mas você estragou...

- Não, por favor, não diga isso... Não deixe meus erros atrapalharem nosso romance...

- Roberto...

- Clarisse, eu te desejo e sempre desejarei...

- Roberto...

- Por favor! Eu te amo! Clarisse...

- Cale-se! – disse eu quase gritando e ele calou-se – Eu também amo você, mas quero que me prometa nunca mais fazer isso comigo...

- Prometo! – disse ele, puxando-me para seus braços e o calor de seus lábios.

Nós nos beijamos a noite toda... Foi à noite da reconciliação... À noite em que a semente de nosso amor foi plantada...

****

- Clarisse, amor, está na hora... – sussurrou Roberto com doçura.

Olhando para Roberto que estava sentado ao meu lado e segurando minha mão, ansioso e feliz, percebi que tudo o que tinha passado na época de “idiotices de Roberto” havia sido esquecido e tudo estava bem outra vez... E, em breve, seríamos uma verdadeira família... Tudo estaria perfeito...

Fechei meus olhos e sorri esperando o nascimento do fruto de nosso amor... Nosso bebê... Nosso filho...

Breves Partes Da Vida De Um Psicopata

Anita Montes... Esta seria a minha próxima vítima...

Eu já havia planejado tudo. Eu esperaria que ela saísse da faculdade às 19:53, a seduziria até ela aceitar que eu a leve até um galpão abandonado, a estupraria, mataria-a com uma facada no coração e depois a queimaria... Ou talvez a queimasse viva... Seria divertido ouvir seus gritos e ver seu corpo debatendo-se de dor...

A única coisa que importava era não deixar rastros. Um bom assassino não comete erros... Um bom psicopata mata sem pistas... Por isso, monitoro cada vítima minha. Esta, como as outras, mora sozinha e caminha sempre sozinha. O crime deve ser feito sempre em lugares afastados da civilização... Não só para ser discreto, mas para aproveitar melhor sem correr riscos de interrupção. E os corpos são sempre queimados ou enterrados metros abaixo da terra e quaisquer vestígios devem ser destruídos ou jogados fora. Tudo muito bem calculado.

Eu já tinha matado e estuprado várias mulheres e não me arrependia de nada. Porque se arrepender se tudo o que tinha já perdi? Porque se arrepender se me era tão prazeroso?

Desde que meu pai assassinou minha mãe a facadas na minha frente, eu tenho prazer em ver dor... Lembro daqueles policiais idiotas me levando até um psicólogo medíocre... Patético! Como se eles fossem me fazer esquecer dos gritos, seu choro, de seu corpo debatendo-se em tentativas inúteis de fuga...

Menti para todos os psicólogos e terapeutas que me perguntavam como eu estava me sentindo e me analisavam. Era tão fácil mentir... As mentiras viraram parte de minha rotina... Parte de quem sou.

Depois das mentiras, comecei a morar em um prédio abandonado e a matar. Minha primeira vítima foi por legítima defesa. Um ladrãozinho queria roubar minhas roupas e eu o matei enfiando uma garrafa de vidro quebrada em sua cabeça. Este foi um momento solene... Descobri minha vocação... Nasci para ser um matador e fazia bem meu trabalho.

De vez em quando, eu até matava por dinheiro... Alguns bandidos me davam alguns reais e eu executava o serviço com precisão, mas descobri que não era um mero serviço. Matar vagabundos e vagabundas era o meu dom.

Comecei a matar gente inocente, pois me lembrei do rosto de minha mãe... Um rosto que transbordava inocência. Parecia que se eu matasse pessoas inocentes, eu me aproximava mais dela, me apegava mais a recordações que eu tinha dela.

Eu estuprava mulheres, porque queria que elas fossem sujas iguais a mim. Queria compartilhar minha desgraça...

Eu era um rapaz alto, com cabelos pretos e ondulados e olhos verdes... Poderia conquistar a mulher que eu quisesse... Bastava jogar um charme e elas caiam aos meus pés como um bando de vagabundas domesticadas... Pobrezinhas...

Outra coisa que eu sempre fazia, era matar minhas vítimas e depois pedir desculpas... Considero-me um tolo por isso, mas é um costume. Meu pai pediu desculpas a minha mãe depois que a matou... Acho que aprendi isso com ele e que me desculpo com minha mãe por não ter-la salvado e matar tanta gente... Acho que ela não ficaria feliz com isso...

Bom, eu, um homem de vinte e sete anos, não irei me preocupar com o que minha mãe morta acha, pois simplesmente não importa... Eu a ignoraria e toda vez que ela ficasse triste eu pediria desculpas... Que péssimo filho eu seria! Eu não presto... Sou mesmo um desgraçado sem alma... Fazer o que, não é? Matar era meu vicio.

Como já estava tudo arquitetado, eu parti para a faculdade.

Eram 19:53 e ela já estava caminhando em direção ao seu carro, quando eu aproximei-me dela.

- O que uma moça tão formosa faz sozinha? – perguntei, sorrindo sedutora e educadamente. Um assassino precisa cativar sua vitima.

- Estou indo para casa – disse ela, derretendo-se.

- Poderíamos ir a algum lugar melhor... Um lugar mais íntimo... – disse eu, aproximando-me da vitima.

- É claro... – disse ela, totalmente derretida... Tola!

- Ótimo, porque não me deixa dirigir?

- Ok – murmurou ela, entregando-me as chaves do carro.

Aprendi a dirigir com um maconheiro “filho de papai” que me pediu para matar uma prostituta que havia engravidado dele... Duas vidas de uma só vez... Cobrei aulas de direção e vinte mil reais... Tinha que aproveitar de sua ignorância...

Com o dinheiro comprei duas facas novas, alguns isqueiros e dois canivetes... Nunca usei um revólver... Ele não deixa emoções a apreciar.

Passamos a viagem sorrindo e se tocando... Não conversamos muito... Eu adorava dar um ar misterioso as minhas vitimas...

- Você é linda... – sussurrei, trazendo-a para perto de mim – E cheirosa...

- Você também é lindo... E muito educado.

- Obrigado... Você parece ser apetitosa...

Ela corou e riu um pouco... Mais inocência a queimar... Maravilha!

Beijei o topo da cabeça dela e fiquei cheirando seu cabelo até chegarmos no galpão.

- Que lugar é esse? – perguntou ela, cheia de inocência, mas confusa – Pensei que iríamos a algum lugar mais romântico...

- Pensou errado, bonequinha...

- Como assim?

- Para mim, este é o lugar ideal para o que vamos fazer...

- E o que vamos fazer? – perguntou ela, ansiosa.

- Vamos jogar um joguinho... Você vai gostar... – disse eu, abrindo o portão do galpão.

- Que joguinho?

- Que tal esconde-esconde?

- Perfeito... Vou me esconder, comece a contar, pois sempre fui muito boa nesse joga quando era pequena... – disse ela, correndo para dentro do galpão.

Ri comigo mesmo... Que garotinha boba... Eu poderia até ficar com pena... Se tivesse um coração...

- Quando eu te encontrar, você precisará fazer o que eu quiser – gritei para ela.

- Ok – gritou ela.

Contei até trinta e fui a sua procura.

Achei-a observando minhas facas... Ela parecia admirada com a de prata... Decidi naquele momento, que eu não a queimaria viva, eu a cortaria em pedacinhos com aquela faca e beberia seu sangue... Meu pai lambeu e me fez lamber também a faca quando matou minha mãe... Ele dizia: “...Lamba, é bom... Se não fizer eu cortarei sua língua, fedelho...”

Achei o gosto estranho mais gostoso...

- Linda, não é?

- Porque você mantém isso aqui? – perguntou ela, com curiosidade.

- Eu sempre gostei de facas... São tão úteis...

- Hum... – disse ela, tentando ignorar a repulsa.

Ri e ela olhou-me assustada por alguns segundos, mas depois sorriu de leve.

- Bom, eu achei você... Então, você precisa fazer o que eu mandar, certo?

- Foi o combinado – disse ela, com excitação.

- Vamos começar...

Disse eu caminhando em sua direção e a tomando em meus braços.

Essa era uma das que eu não precisava obrigar... Ela não resistiu a nenhum dos meus toques... Tola! Mal sabia ela que estava sendo condenada com a minha impureza...

Gostei muito de seus toques... Nunca senti nada igual... O desejo por ela me queimava... Era como se ela completasse algo em mim... Como se ela devesse ser minha parceira em todos os sentidos... Estranho...

- Nunca me diverti tanto... Foi a melhor noite da minha vida... – disse ela, sobre meu peito.

- A minha também... – concordei.

Olhei para o relógio na parede e vi que já era 02:30... Era a hora perfeita para um assassinato...

Olhei para a garota que estava quase dormindo em meus braços e pensei, “Porque não transforma-la na minha companheira?”. Com algumas aulas minhas teóricas e praticas, ela poderia tornar-se uma assassina de sucesso e, pela maneira que olhou para a faca de prata, ela poderia ser uma psicopata como eu... Perfeito...

Se ela recusasse, eu a mataria, pois eu não poderia colocar minha liberdade em risco, por causa de uma garota tola que não tem força o suficiente para resistir a tentação... Ela poderia fugir e contar meu segredo para alguém...

Balancei-a com delicadeza e disse:

- Você gostaria de se juntar a mim, minha jovem?

- É claro... Faria qualquer coisa por você – disse ela, apaixonada... Demoraria um pouco para eu destruir aquela inocência toda...

- Você mataria por mim? – perguntei, ansioso.

- Como assim? – perguntou ela, confusa com a minha pergunta.

- Bom, Anita, você não sabe praticamente nada sobre mim... Nem mesmo meu nome...

- E qual é?

- Meu nome é Ricardo.

- E quais são as coisas que eu não sei sobre você?

- Eu não sou o cara que pensa que eu sou... Digamos que eu sou um “monstro”...

- Monstro? Você nunca será um monstro...

- Sou sim, Anita.

- Espere um instante... Eu não disse meu nome...

- Eu sei quem você é, porque já ouvi umas amigas suas te chamarem na faculdade – menti.

Quando a vi pela primeira vez, eu sabia que ela seria mais uma das minhas vitimas, então, entrei na faculdade à noite e peguei sua ficha. Tudo arquitetado com muita cautela...

- Hum...

- Bom, pode me deixar terminar? – perguntei com calma e ela assentiu – Eu sou um monstro, porque mato pessoas... Eu sou forçado a isso... Virou um vicio...

- Ah, meu amor. Eu posso ajudar você... – começou ela, horrorizada e pesarosa.

- Eu não quero ajuda, estou bem como estou.

- Mas porque...

- Eu não preciso de ajuda, Anita. Escute, quando te vi pela primeira vez, perecia que tinha encontrado a minha cura... Senti como se você fosse a única que pudesse me consolar... E eu te trouxe aqui para te conquistar e pedir para que você venha comigo e se torne a minha parceira em todos os sentidos... – menti.

- Amor, isto é lindo! – disse ela, emocionada.

- Mas quando parceira em todos os sentidos, eu me refiro também à parte das mortes... Imagine só, minha Anita... Nós dois, reinando juntos... Matando os idiotas que se colocarem no nosso caminho...

- Isso é tão... – disse ela, assustada.

- Não há com o que se preocupar, minha Anita. Eu poderia ensina-la a fazer, a planejar... Tudo! Você pode tornar-se uma assassina melhor do que eu! Fique comigo e não vai se arrepender – disse eu, sedutoramente.

- Eu...

- Por favor, amor... – ronronei em seu ouvido.

- Eu aceito... – disse ela, derretida.

- Perfeito! – disse eu, beijando-a.

Passamos a noite nos beijando e, como antes, ela não resistiu a nenhum de meus toques.

Eu aproveitaria de sua inocência e alma, me saciaria com ela, a ensinaria tudo a ela, seria seu protetor... Esta seria a minha única exceção... Por enquanto, é claro, pois quando não fosse mais útil, eu a descartaria como todas as outras.

Uma nova era estaria por vir... E muito mais vitimas...


Final alternativo...

- Desculpe, eu não posso... – disse ela, tremendo.

- Essa é a sua escolha? – perguntei pela última vez.

- Sim – disse ela, começando a chorar.

- Que o pega-pega comece... – murmurei, levantando-me do chão e pegando minha faca de prata.

- Como assim, Ricardo?

- Assim – disse eu, enfiando a faca na perna dela.

- Não! Por favor... – gritava Anita, soluçando de pavor.

À medida que eu matava aquela garota, eu me sentia mais vivo, mais liberto, mais tudo. Era como se eu estivesse me libertando... Libertando uma fúria incontrolável que morava dentro de mim e tudo girasse em torno daquilo... Eu entrava em um frenesi...

Vendo o sangue jorrar, meu ser se enchia de vida, energia. Ouvindo seus gritos e soluços, meus ouvidos se enchiam de uma melodia dolorosa para ela e prazerosa para mim. Minhas mãos trabalhavam com tal facilidade que era como se tivessem feitas para aquilo... Eu combinava com aquilo... Matar e trazer dor eram o meu maior prazer! Eu me realizava com aquilo!

- Por favor... – murmurou Anita.

- Eu te dei a chance... Mas você foi ingrata o bastante para recusar... Então, morra, vadiazinha! Não preciso de você... – disse eu, cortando seu rosto.

- Por favor! – gritou ela.

Seu grito me excitava... Só me dava mais vontade de matar...

- Vá para o inferno, sua vaca desgraçada! – sibilei, cortando sua garganta.

Rindo de prazer com a cena, eu matei Anita... Outra morte pela qual não me arrependo...

Cortei seus membros em pequenos pedaços e, como já havia pensado antes, bebi todo o sangue espalhado... Era um gosto bom até... Deixava-me com mais energia... Deixava o crime mais excitante...

Depois de beber o sangue, fiz uma fogueira em um matagal perto do galpão e queimei os pedaços da garota... O cheiro que vinha era ruim, mas o seu significado era ótimo... Mais outra conquista... Mais uma vida inocente executada pelas minhas mãos... Que gratificante!

Anita já era... Estava na hora de mudar os ares... Mudar o estilo... Caçar uma nova vitima...

Caçando e matando... É assim que passarei o resto de minha vida...

Renascendo para outro amanhã

Lá estava Carlos, de novo no consultório do detetive Louis. Só que, desta vez, ele ganharia o resultado que mudaria sua vida para pior ou para melhor.

À dois meses, ele suspeitava que sua mulher o traia... Isso o corroia por dentro e por fora. A dúvida o fazia questionar sua própria sanidade. O medo o tornara inseguro sobre seu futuro. E a fúria o fazia sentir um desejo monstruosamente sedento de sangue por sua esposa, a mulher que pisava com prazer em seu coração, e pelo homem que ousara roubar-lhe seu bem mais precioso.

Seus dias ficaram mais demorados à medida que a desconfiança crescia. Noites de sono ele perdeu. Horas e horas de raciocínio ele se via obrigado a ter. Rezar, uma coisa que ele nunca havia feito, uma coisa que ele começou a fazer com frequência. Mas, por incrível que pareça, ele não pedia o amor de sua esposa, ele pedia paz. Sua sanidade corria pelo tempo e ele nada conseguia fazer para detê-la.

À medida que os segundos se passavam, a ansiedade de Carlos se tornava insuportável. A dúvida fazia seu corpo sentir calafrios e sua cabeça latejar de dor.Sua mente já não funcionava com clareza à tempos. Tudo o que sentia ou pensava era na maldita desconfiança.

Dez minutos se passaram e a secretária de Louis, uma que se insinuava com descaramento para Carlos, chamou-lhe a atenção.

- Sr. Carlos, o detetive Louis está à sua espera – disse ela, sorrindo de modo sensual.

- Que ótimo! – exclamou Carlos, aliviado pelo fato de que a desconfiança acabaria.

A secretária abriu mais o enorme decote de seu vestido vermelho, sorriu largamente e disse:

- Qualquer coisa, você pode procurar-me...

- Com certeza, procurarei... – respondeu Carlos, sorrindo calorosamente para a secretária que estava corando e com o coração acelerado demais para responder-lhe à altura.

Carlos seguiu para a sala do detetive quase correndo e, quando chegou a sala, hesitou um pouco na hora de entrar.

Ele pensou na hipótese de ela não o estar traindo. E se ele estivesse sendo injusto com ela? Ela o perdoaria por tal coisa? Sentiria-se magoada? Ele sabia que a mulher provavelmente ficaria muito chateada com ele, mesmo se o traísse, pois ela teria sido vigiada por uma pessoa que nunca havia visto e nem ao menos desconfiou de algo.

Ele conseguiu calar qualquer dúvida e então, finalmente, entrou na sala do detetive.

O detetive o esperava com uma expressão cautelosa.

- Sr. Carlos... – começou o detetive.

- Apenas, diga! Sem rodeios! Por favor! – sussurrou Carlos.

- Sinto muito... – disse o detetive, entregando uma pastinha verde para Carlos.

Carlos abriu a pasta e viu seu pesadelo tornar-se material.

Na pasta continha fotos de sua esposa e um amigo de seu trabalho comendo juntos em um restaurante que ele mesmo já havia frequentado com ela, andando de mãos dadas, se tocando trocando carícias, se beijando... Tudo o que eles faziam, só que com mais emoção... Talvez, pelo fato de tudo ser às escondidas... Algo secreto...

Carlos não sabia se matava os dois ou se simplesmente se divorciava e tomava sua parte do dinheiro ou se fugia pelo mundo à procura de diversão.

Mais dois segundos olhando as fotos e ele já sabia o que fazer.

- Obrigado pelo serviço – disse Carlos, entregando um bolo de dinheiro para o detetive.

- Sr. Carlos... – tentou argumentar o detetive.

- Não precisa dizer mais nada. Você já me abriu os olhos, não precisa tentar me confortar ou qualquer outra coisa. Já sei o que farei... – disse Carlos, entregando a pasta juntamente com sua aliança a Louis.

- Por favor, não faça nenhuma besteira... – disse o detetive.

- Não farei besteiras... Já decidi meu destino e não deixarei nada atrapalhar.

- Bom, já vi que a única coisa que posso lhe dizer é para que tenha juízo.

- Terei – disse Carlos, saindo da sala e caminhando em direção a secretária.

A secretária quando viu Carlos sorriu largamente e ele a imitou.

- Quer dar uma volta? – perguntou Carlos, galanteador.

- Só se for agora, bonitão.

E então, saíram do escritório e partiram à procura de diversão.

Carlos sofreria, mas não seria sozinho.

Preciso de ajuda

Na profundeza do mar de teus olhos,

Encontrei sinceridade e ternura;

Olhando para os outros,

Sinto a merecida tortura;

Pensando em teu calor,

Lembro-me de como fui tolo em deixa-la partir;

Chorando com a sufocante dor,

Vejo que nunca conseguirei sair;

Caminhando sem esperança,

Por consolo procuro;

Sem a tua beleza de criança,

Permanecerei no escuro;

Sonhando com teus toques,

Minha imaginação vai além;

Pensando em tantos porquês,

Para responde-los só resta o ninguém;

Afundando nas bebidas,

Sinto ser o pior dos fracos;

Com noites de sono perdidas,

Deixo de sonhar com os anjos;

Imaginando sua tamanha pureza,

Concentro-me em esquecer, sem sucesso, da culpa que carrego;

Com muita tristeza,

Sei que ferido está meu ego;

Procuro-te em completo desespero,

Mas nada encontro além do vazio coração;

Com as vozes culposas gritando em coro,

Espero-te para salvar-me da perdição.

O Cavalheiro Abusado E A Dama Delicada

O romance de Caroline e Marcelo começou em um simples festival de final de ano da cidade. Caroline estava sentada no canto do salão junto com sua dama de companhia, Helena, e Marcelo ria com seu irmão e seus companheiros de farra. Os dois viviam em mundos diferentes: Caroline criada com tal delicadeza que até mesmo as moças da alta sociedade lhe achavam estranha; Marcelo um rapaz irresponsável e galanteador ao ponto de conquistar até as anciãs. Como eu disse, complemente indistintos. Mas... Quando Marcelo fitou os olhos verdes de Caroline e a mesma fitou os olhos castanhos de Marcelo... Um amor platônico cresceu entre os dois no mesmo segundo.

Caroline tentou ignorar virando seu rosto, já Marcelo esperou Caroline ir buscar algo para comer e praticamente correu para pedir-lhe uma dança.

- Aceita dançar comigo esta e todas as outras músicas, senhorita? – convidou Marcelo, curvando-se como um garboso cavalheiro e sorrindo sedutoramente.

- Não aceito, cavalheiro. Talvez em outra ocasião.

- Não aceito não como resposta, senhorita... Alias, como é o nome da minha futura esposa?

- Ora, que atrevimento de sua parte Sr. Não sei o nome!

- Só estou lhe dizendo um fato... Vai me dizer seu nome, graça de senhorita?

- Meu nome não lhe interessa!

- Se não me interessasse eu não estaria lhe perguntando, senhorita.

- Meu nome é Caroline, feliz? E o seu, rapaz?

- Meu nome é Marcelo. Prazer em conhece-la, futura esposa.

- Abusado!

- Apenas louco de amores pela senhorita...

- Insolente!

Caroline foi até sua dama de companhia que estava a conversar com uma

fofoqueira da cidade e praticamente implorou que fossem para casa.

À partir daí, Marcelo começou a corteja-la, mandando buquês de flores, doces e até

mesmo jóias. Marcelo mandava bilhetes declarando sua paixão por Caroline através de seus criados que davam tudo para Helena entregar a Caroline.

Mesmo relutando em admitir, Caroline se via cada vez mais apaixonada por

Marcelo. Caroline passou a sonhar com ele e imaginar sua vida se chegasse mesmo a casar com seu abusado e belo pretendente.

O pai de Caroline, quando soube quem era o secreto pretendente, foi até a casa de

Marcelo e disse para ele que, se continuasse a cortejar sua filha, ele iria mata-lo. A rixa entre suas família era de muito tempo antes do casal nascer. Ao que parecia, porque o tataravô de Marcelo, Afonso, havia matado o tataravô de Caroline, Leopoldo, pois suspeitava que ele e sua mulher, Tereza, tinham um caso. Daí, nenhuma das famílias se falava.

Assim que soube, Caroline pediu para que Helena e os criados de Marcelo arranjassem um encontro às escondidas.

Já estava tudo marcado. Eles se encontrariam atrás de uma igreja em ruínas que ficava perto da casa de Caroline ao anoitecer.

Caroline e Marcelo estavam ansiosos pelo encontro. Os dois queriam estar perfeitos um para o outro. Então, Caroline resolveu que usaria um vestido vermelho com um decote V e deixaria seus cabelos louros presos em um coque. Marcelo usaria um terno preto e deixaria seus cabelos curtos e pretos para trás. Os dois estavam belíssimos.

Quando anoiteceu, Caroline ficou surpresa e extremamente alegre quando foi ao encontro de seu pretendente abusado e encantador e viu que ele já a esperava ansioso.

- Pensei que não viria, minha dama. Prazer em revê-la, Caroline – disse Marcelo, sorrindo por ela ter ido de fato ao seu encontro.

- Não tenho prazer algum em rever você, cavalheiro insuportável! – disse Caroline, tentando esconder a alegria, mas sem conseguir, pois seus olhos brilhavam demais.

- Ah, não? Então, porque marcamos este encontro? – perguntou Marcelo, encantadoramente petulante.

- Eu marquei este encontro, para poder lhe dizer para parar de me cortejar...

- Seu pai já fez isso...

- Sei que fez, mas acredito que as palavras dele, nenhum efeito fizeram em sua cabeça petulante e ignorante.

- Não, não fizeram e nem as suas farão, pois eu sei que a senhorita me quer tanto quanto eu a quero... – sussurrou Marcelo, aproximando-se de Caroline com um sorriso tentador.

- Poderia até mesmo te querer, mas nossa família tem uma rixa...

- Uma rixa que estou proto para quebrar...

- Escute, eu não quero nada com você, então, por favor, pare de me mandar coisas e me aborrecer! – disse Caroline, afastando-se.

- Não farei nada que a minha mulher não quiser – disse Marcelo, tomando-a nos braços fortes e habilidosos.

Caroline tentou resistir, mas seu desejo por Marcelo gritava alto demais para ser

ignorado, então, ela simplesmente se entregou ao homem que amava.

Qualquer do amor que um sentia pelo outro acabou no primeiro beijo. À medida que

se tocavam, o desejo queimava como uma chama por mais e mais. Caindo nos beijos e abraços uns dos outros, eles percebiam a importância que um tinha para o outro. No eterno calor da paixão de um casal recém-formado eles se viam perdidos.

Caroline ria de prazer, enquanto, Marcelo explorava seu corpo e alma com desejo e paixão.

- Eu te amo... – sussurrou Marcelo, sorrindo com um tolo apaixonado para Caroline.

- Eu também te amo, meu cavalheiro – sussurrou Caroline, lhe devolvendo o sorriso.

E assim passaram a noite... Trocando beijos, carícias, sussurros e se amando, mas

parecia que nunca acabaria a paixão entre eles, pois nenhum se saciava com o que já tinha acontecido, eles queriam mais, muito mais um do outro.

Ao amanhecer, Caroline, que estava antes dormia nos braços de Marcelo, levantou-

se, vestiu-se, deu um selinho em seu amado e foi correndo para sua casa.

Quando Caroline chegou em casa, ninguém tinha acordado ainda, então, ela foi

para seu quarto pisando cuidadosamente no chão e, chegando ao seu quarto, abriu a porta com grande lentidão e cuidado.

Caroline não acreditava que havia passado a noite no calor dos braços de seu

amado. Ela se lembrava de tudo, mas havia sido tudo tão perfeito quanto um sonho. Os sonhos que andara tendo com ele se realizaram todos em uma única noite, mas ela sentia todo o corpo dela pedir mais e mais. Ela nunca se sentiria satisfeita. Ela chegou a conclusão de que estava viciada por Marcelo... Será que ele correspondia? Isso a preocupava.

Pensando nisso, ela adormeceu.

Quando Marcelo acordou, ele ficou triste e enraivecido, pois sua amada não o esperava, mas, quando a compreensão veio, a felicidade o tomou. Ele se sentia feliz por ter compartilhado aquela noite incrível com Caroline. Ele pensava nela e sentia amor, paixão e desejo. Coisas que nunca havia sentido por mulher alguma antes.

Enquanto se trocava, sentiu um enorme vazio. Parecia que lhe faltava um pedaço de si, seu coração. Ele percebeu que o que lhe faltava era Caroline, a mulher para quem lhe entregara por completo.

Marcelo partiu ciente de que precisava de Caroline, mas se perguntando se ela se sentia do mesmo jeito em relação a ele.

Depois de dois dias sem ao menos um sinal de Marcelo, Caroline achava que Marcelo não a queria mais, que só a quis como um passatempo, para se divertir uma única noite. Caroline se condenava por ter sido tão fácil e ingênua ao ter se entregado para um cafajeste igual a qualquer um.

Mas ele disse que a amava, não disse? Ela não conseguia parar de pensar em seu cavalheiro abusado e galanteador.

De noite, sentada na cadeira de balanço da varanda de seu quarto, Caroline sentiu uma pedrinha lhe acertar.

Vendo quem era o dono da pedrinha, seu coração quase saltou pela boca de tanta felicidade. Sorriu largamente e sussurrou para o cavalheiro:

- Não poderia ser mais gentil?

- Desculpe, minha dama delicada. A ansiedade de estar ao seu lado á tanta, que não consigo raciocinar direito – sussurrou Marcelo, sorrindo de maneira sensual para Caroline.

- Ora, isto você não consegue em data alguma, Marcelo!

- Boba! Saia logo daí, para eu poder subir!

Tomada pela ansiedade, Caroline saiu da varanda e deitou-se em sua cama a espera

de seu amor.

Marcelo subiu até o quarto de Caroline com ansiedade e agilidade.

- Boa noite, cavalheiro abusado! – disse Caroline, sentando-se um pouco em sua cama.

- Nem tente me seduzir agora, mulher, pois precisamos conversar – disse Marcelo, com certa agonia em sua voz.

- O que foi, Marcelo? – perguntou Caroline, sentando-se na cama – Sente-se, por favor.

Marcelo sentou-se na cama o mais distante de Caroline e então, começou a falar:

- Sabe, Caroline, desde a festa eu me apaixonei por você, mas depois que fizemos amor, eu estou realmente louco por você. Eu te amo e, com a rixa que nossa família possui, nós poderíamos fugir, nos casar e construir nossas vidas. O que acha? Você gostaria de ser minha mulher?

Caroline estava sem palavras para aquilo tudo, por isso, a única coisa que fez foi encara-lo.

Os minutos se passavam e a paciência de Marcelo se esgotava.

- Caroline, amor, diga alguma coisa, sim? Por favor! – disse Marcelo, em desespero.

- Eu acho perfeito! Eu aceito ser sua mulher! – disse Caroline, pulando no colo de Marcelo e o beijando intensamente.

- Calma, precisamos acertar a fuga – disse Marcelo, separando-se com relutância do beijo de Caroline.

- Já? Podemos viver assim por mais...

- Não, não podemos. Eu quero poder sair com você sem medo de levar um tiro – disse Marcelo, sorrindo um pouco.

- Bom, podemos fugir amanhã à noite...

- Você pega seus pertences e eu venho te buscar...

- Exatamente, daí nós poderíamos ir para outra cidade...

- Outro estado...

- Bom, nós vemos para onde vamos amanhã à noite. No trem que vai para fora da cidade, sim?

- Sim – disse Marcelo, arrastando-a para mais um beijo.

E então, os dois passaram a noite inteira se beijando.

De manhã, Caroline e Marcelo dormiam abraçados. O sol já brilhava no céu e os

criados já trabalhavam.

- Bom dia, meu amor – disse Marcelo, sorrindo largamente.

- Bom dia, meu cavalheiro abusado – disse Caroline, respondendo com um sorriso.

- Você é tão linda de manhã... – disse Marcelo, encantado com a beleza de sua futura esposa.

- De manhã? Marcelo, você precisa ir! Imagine se meu pai te pega aqui! – sibilou Caroline.

- Sou bom em fugas...

- E eu não duvido, mas agora você precisa ir, pois eu preciso ir tomar o café da manhã com papai.

- Tudo bem, eu vou, mas à noite eu volto – disse Marcelo, levantando-se e dando um beijo em Caroline.

- Tudo bem.

Os dois se trocaram se despediram e seguiram seus caminhos.

O dia foi longo para os dois. Os segundos pareciam se arrastar e a ansiedade de

poderem estar juntos e se tocarem quando tiverem vontade era quase insuportável.

Enfim, quando a noite chegou, Caroline esperava Marcelo com uma única mala,

pois decidiu que seria muito melhor para a fuga se não tivessem que carregar muitas coisas. Marcelo deixou sua mala escondida atrás do prédio da estação de trem para facilitara as coisas e partiu em busca de sua amada.

Quando deu oito e meia da noite, Marcelo jogou algumas pedrinhas na varanda de Caroline e ela correu para o seu amado. Caroline jogou sua mala para Marcelo e ele a colocou no chão. Depois, Caroline desceu segurando-se em algumas flores que cresciam nas paredes da casa e foi para os braços de seu amado.

Marcelo e Caroline deram um selinho rápido, pegaram a mala, correram para fora da propriedade e então foram para a estação de trem.

Marcelo e Caroline chegaram na estação de trem ofegantes e ansiosos com o futuro que os esperava. Caroline segurava a mão de Marcelo com força e o mesmo ria por dentro por estar fugindo com a dona de seu coração.

Entrando no trem, Marcelo olhou para Caroline e disse:

- Pronta para ser minha mulher por todo o sempre?

- Se não estivesse eu não estaria aqui, não é? – retrucou, rindo.

Eles se beijaram e foram construir suas vidas entrelaçadas eternamente uma a

outra.